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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Mosteiros, pulmões verdes em terras queimadas.
07 Aug 2009 Dom Redovino Rizzardo

Na maior parte dos países europeus, durante a Idade Média e Moderna, surgiram centenas de mosteiros e conventos, denominados “de clausura” ou “de vida contemplativa”. Eram habitados por pessoas que buscavam um caminho de santificação pessoal e comunitária no silêncio, na oração, no trabalho e na vivência dos votos de pobreza, castidade e obediência. Convencidas de que «o visível é transitório e o invisível é eterno» (2Cor 4,18), ocultavam-se aos olhos do mundo, não para dele fugir, mas para amá-lo com mais intensidade e eficácia.
O materialismo, que ameaça destruir os ideais mais nobres semeados por Deus no coração da humanidade, talvez tenha induzido os incautos a pensarem que essa época de ouro seja coisa do passado. Não o confirmam os inúmeros mosteiros que, de vinte anos para cá, foram fechados em toda a Europa?
A meu ver, o que eles confirmam é que o progresso econômico, quando não acompanhado pelo desenvolvimento ético e espiritual, faz mais mal do que bem. A busca egoísta e desenfreada do bem-estar material cria uma multidão de necessidades, deixando as pessoas numa constante insatisfação, escravas de esperanças que fracassam, de expectativas que ruem e de frustrações que se acumulam – o campo mais fértil para a pandemia do mal do século, a depressão. É a elas que se dirige o salmista, com amargura: «A abundância lhes fechou o coração» (Sl 17,10).
Os mosteiros de vida contemplativa nos trazem à memória a experiência de vida de Santo Agostinho. Depois de ter provado tudo o que o mundo lhe podia oferecer em matéria de prazer, dinheiro, cultura e fama, acabou reconhecendo: «O nosso coração foi feito para Deus, e ele não encontra sossego senão em Deus».
Foi nessa perspectiva que o Papa Bento XVI viu a atualidade da vida contemplativa, em alocução pronunciada no dia 21 de novembro de 2006: «Por que “fechar-se” para sempre dentro dos muros de um mosteiro e privar, assim, os outros da contribuição das próprias capacidades e experiências? Que eficiência pode ter a sua oração para a solução dos numerosos problemas concretos que continuam a afligir a humanidade? O que leva esses nossos irmãos e irmãs a dar um passo de tamanho compromisso, senão o fato de ter compreendido, como ensina o Evangelho, que o Reino dos Céus é um “tesouro” pelo qual vale a pena tudo abandonar? Eles testemunham silenciosamente que, entre as vicissitudes cotidianas, por vezes bastante agitadas, o único apoio que jamais vacila é Deus, rocha inabalável de fidelidade e amor. “Tudo passa, Deus não muda”, escrevia a grande mestra espiritual, Santa Teresa de Ávila. Por isso, esses lugares aparentemente inúteis, são, pelo contrário, os “pulmões” verdes de uma cidade: fazem bem a todos, também àqueles que não os freqüentam e, talvez, ignoram a sua existência».
Às palavras do Papa, faz eco o documento de Aparecida, ao reconhecer: «A América Latina e o Caribe necessitam da vida contemplativa, testemunha de que somente Deus basta para preencher a vida de sentido e de alegria».
Nisto consiste o seu auxílio pelo mundo: rezar pelos irmãos exatamente naquela situação em que todas as atividades, argumentos e métodos se mostram limitados e esgotados. Estar presente, disponível para Deus e, com isso, também para os irmãos. Essa vocação para a “substituição” é um aspecto essencial da vida».
Você conhece algum mosteiro? Visite-o!! No dia 30.08.2009 a Paróquia São Miguel Arcanjo estará, em Peregrinação, visitando o Mosteiro da Esperança, no Vale da Páscoa!!! Rezem por nós.

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